Desde zero hora dessa sexta, dia 20 (junho de 2008), teve início uma paralisação de motoristas, cobradores, fiscais de linha e mecânicos dos coletivos por 24 horas pegando a população de surpresa. A decisão da paralisação foi tomada após uma negociação sem sucesso entre o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Setrans) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e Regiões Metropolitana, da Mata Sul e Norte de Pernambuco (STTREPE), realizada na tarde desta quinta-feira (19), na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Pernambuco. Por um lado, trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 12,8%, entretanto os donos de empresas irredutíveis ofereceram apenas 4%, divididos em duas vezes.
Quem paga caro com isso é a população, já penalizada por depender de um sistema de transporte ineficiente, veículos lotados, insuficientes para a demanda e vias sobrecarregadas que provocam engarrafamentos. Numa situação de confronto entre trabalhadores e patrões, sobra também para os usuários que ficam nas paradas procurando meios de chegar ao trabalho, mesmo submetidos ao transporte alternativo com valores elevados ou táxi. Quando conseguem um meio, não sabem como vão voltar. Os poucos ônibus que passam estão superlotados ou sofrem risco de depredação por parte dos grevistas. Aqueles que tentavam voltar para casa na madrugada de ontem já experimentaram o pesadelo de não ter como voltar, enfrentando tumultos nos principais terminais, além do risco de ficarem expostos a criminalidade.
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